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professores e dos pais também faz com que se manifeste de outra forma
para a comunidade o trabalho da escola.
Após o acolhimento do aluno, como vocês constroem o currículo?
É um currículo separado ou junto com a turma? Como é feito?
Resposta
Brisda: Nas primeiras semanas que ele chega, temos que observá-
lo, vemos a demanda desse aluno, vemos o que ele precisa aprender, a
questão da sua convivência dentro do grupo. É um período de observação
para conseguirmos construir o currículo. O currículo acaba gerando um PEI
(Plano de Ensino Individualizado).
Rejane: Compartilhamos esse plano com a professora Alessandra, que
é a professora responsável pela sala de apoio pedagógico. Ela contribui
muito, porque durante esse período de adaptação da criança, ela vai estar
junto com a criança o tempo todo.
Brisda: Nós temos as observações dela, para comparar com as
observações de fora, com a do professor que está em sala de aula. Nós
sintetizamos as observações e, em conjunto, procuramos construir o
caminho para o aluno.
O aluno com necessidades especiais vai aprender junto com os
demais?
Brisda: Sim. O aluno está dentro da sala de aula, não temos um horário
de contraturno para atender ao aluno, porque aqui é uma escola regular.
Então, há momentos emque ele vai para a sala de recursos e depois retorna.
Rejane: Depende muito da criança, porque têm crianças que chegam
aqui, queprecisamde atividades para a vidadiária, que agente chamadeum
“currículo funcional”. Há outras que chegam aqui já sabendo essas coisas e a
gente encaminha mais para a parte pedagógica mesmo, então o caminho,
às vezes, é mais curto com essas crianças que já são acompanhadas.
A construção do currículo se dá a partir do aluno?
Rejane: Isso, a partir do aluno. Às vezes, temos uma criança autista
aqui... Como no ano passado, em que tivemos uma criança autista, este
ano já temos outra, mas os currículos delas são diferentes. Não são iguais,
porque a criança que chegou este ano precisou de coisas diferentes.