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Modelagemde doenças neurológicas usando a tecnologia de iPSC. Reprogramação

de células somáticas de pacientes e controles, gerando iPSC isogênicas, isto é,

com o mesmo genoma do paciente. Células progenitoras neurais são derivadas

das iPSC e diferenciadas em neurônios ou células da glia. Neurônios podem

ser diferenciados em subtipos específicos, de acordo com a célula alvo de cada

doença. Fenótipos celulares são analisados por morfometria, por exemplo,

tamanho do soma, número de processos, etc. Conexões entre neurônios e a

formação de circuitos em cultura podem ser estudados por diferentes métodos

já estabelecidos em neurociência, como eletrofisiologia. Além disso, a interação

neurônio-glia pode ser estudada em co-culturas para distinguir eventos

autônomos de fenótipos secundários em cada tipo de doença humana. Uma vez

que o fenótipo é identificado, plataformas para a triagem de drogas capazes de

reverter ou atenuar o fenótipo podem ser utilizadas. Novas terapias e remédios

podem surgir a partir desse tipo de abordagem, beneficiando uma serie de

pacientes portadores de doenças neurológicas. Adaptado de Marchetto e colegas,

Human Molecular Genetics

, 19: 71-76, 2010.

5. A VARIABILIDADE INTRÍNSECA DAS

CÉLULAS-TRONCO PLURIPOTENTES, UM

PROBLEMA A SER RESOLVIDO

Células-tronco embrionárias humanas disponíveis são extremamente

variáveis em relação a marcadores epigenéticos, perfil de expressão gênica

e propensão a diferenciação (Osafune et al., 2008). Aparentemente, as iPSC

se comportam de maneira semelhante, oferecendo o mesmo espectro

de variabilidade intrínseca (Pick et al., 2009). As diferenças no perfil de

expressão gênica são geralmente atribuídas à introdução dos vetores

de reprogramação que se integram de maneira aleatória no genoma

ou mesmo, à continua expressão dos cDNAs pluripotentes usados no

processo. Uma explicação alternativa, gerada a partir da reprogramação

sem o uso de vetores virais, sugere a retenção da “memória genética” da

célula original (Marchetto et al., 2009). O porquê da variação ainda é uma

questão em aberto, e mais dados serão necessários para a formulação de

hipóteses a serem testadas. De qualquer forma, esse é ainda um ponto

muito importante para definir o nível de variabilidade entre diversos clones

de iPSC geradas a partir de um mesmo indivíduo. Esse tipo de informação

é imprescindível para o estabelecimento de controles rigorosos durante a

definição de fenótipos celulares.