Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  18 / 72 Next Page
Basic version Information
Show Menu
Previous Page 18 / 72 Next Page
Page Background

18

A exclusão ou alteração do artigo 3, item C da regulamentação, que

levaria os autistas a equívocos indesejados, além de manter a fidelidade à

dita Lei, terá a chancela de toda a comunidade autista do Brasil.

Os pacientes autistas que necessitarem dos ditos CAPS serão

encaminhados para atendimento nas instituições da iniciativa privada,

algumas delas integrantes do conselho do Conade. O decreto, apresentado

por este órgão, deixa claro que o atendimento das pessoas na condição do

espectro autista nos CAPS, criados pelo Ministério da Saúde para pessoas

com esquizofrenia, necessidades decorrentes do uso de

crack

, álcool e

outras drogas, para tratamento contínuo, revela total desconhecimento do

autismo e das suas especificidades. Comuma estrutura deixando a desejar -

de acordo com a opinião popular - os CAPS, na prática, estão longe do ideal

para atendimento, principalmente daqueles que necessitam de tratamento

mais complexo como é o caso do autismo, conforme foi defendido pela

Associação Paranaense de Psiquiatria. O Conselho Federal de Medicina

(CFM), por meio da Consulta CFM 8.589/10 também considerou antiéticas

as condições de segurança do CAPS para a assistência médica aos pacientes

e ao próprio ato médico.

Autistas são pessoas com deficiências, para todos os efeitos legais,

de acordo com a nossa Constituição e a Carta da ONU da qual o Brasil é

signatário. Todos os dias, pais de autistas Brasileiros travam batalhas nas

áreas médicas, de educação e previdenciária, para obterem atendimentos

para os seus filhos. Tais atendimentos, não raro, só são conseguidos após

ação do Ministério Público, enquanto o Ministério da Saúde ainda não faz

uso dos recursos do Programa Viver sem Limite e as Diretrizes de Atenção à

Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista.

O próprio plano Viver sem Limite passou longe do autista, que não foi

beneficiado com verbas liberadas e pelo jeito não será, até que o governo

Brasileiro modifique radicalmente sua política em relação ao autismo.

Além da falta de apoio governamental para com a comunidade autista,

os convênios organizados por ele não tem apresentado nenhum resultado,

somente gastos substanciais que ocasionaram. Esta situação paradoxal

vem sendo o maior obstáculo que as comunidades autistas brasileiras têm

enfrentado.