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e necessidades. O mundo inteiro funciona de outra maneira, e esse
aprendizado pode tornar-se falho se não houver o amparo necessário para
o crescimento de todos nós, muito menos para esses intelectos “especiais”.
E a mediação escolar é um suporte importante para o desenvolvimento
desses indivíduos. O objetivo dela é “ensinar a criança com sintomas do
espectro autístico como participar das atividades sociais, como se relacionar
com crianças da sua idade e o que se espera dela em cada situação.”
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O
mediador escolar é, portanto, uma figura importante para a inclusão do
autista na escola, torná-lo menos “estranho” a um mundo que não lhe é
familiar. Inseri-lo numa realidade pouco afável aos seus sentidos peculiares
é umdesafio que“como omediador escolar tema possibilidade de observar
detalhadamente o comportamento da criança, ele percebe detalhes que
seriam perdidos por um professor encarregado por um grupo.”
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Mas o mediador escolar é apenas uma das peças-chave para ajudar
a construir esse universo à parte que é a mente do indivíduo portador
de autismo. A consonância com outros profissionais complementará o
trabalho desse profissional, para que ele aconteça dentro do que se espera,
como no trecho a seguir:
Os melhores tipos de intervenções para TEAs são elaborados com a intenção
de alcançar estes dois objetivos: (1) ajudar os indivíduos com esse transtorno
a adquirir habilidades funcionais e a concretizar seu potencial adequado; e (2)
reduzir a rede de comportamentos mal-adaptativos que podem interferir no
funcionamento adaptativo.
7
Essa citação menciona e reforça, portanto, a necessidade de se facilitar
os vínculos sociais para essas crianças. Auxiliar o sujeito na estruturação
do seu próprio eu é uma tarefa de rara beleza, mas que pode arrefecer os
ânimos diante de tentativas frustradas. Além de competência, é preciso
ser forte frente aos reveses que essa atuação pode ter. Mas a ciência vem
ajudando continuamente para que esse trabalho se realize da forma mais
satisfatória possível. Uma esperança para os que nasceram com essa
desvantagem em relação aos demais é o diagnóstico chamado M-CHAT. O
diferencial é que ele pode ser aplicado em crianças a partir dos 18 meses
de vida, ao contrário de outros, que só são úteis a partir dos três anos de
5
GIKOVATE, Carla; MOUSINHO, Renata. Espectro Autístico e suas implicações educacionais. Disponível em <
http://www.carlagikovate.com.br/index_arquivos/Page352.htm> Acesso em: março de 2011
6
idem
7
ALESSANDRI, Michael; CURATOLO, Paolo; MINTZ, Mark. Abordagens Terapêuticas para os Transtornos do Espectro Autista. In:
RAPIN, Isabelle;TUCHMAN, Roberto. Autismo: abordagem neurobiológica. Porto Alegre: Artmed, 2009, p. 301.