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afeito às diferenças, desenvolvê-la no alcance das suas potencialidades,

dar-lhe uma vida mais maleável para encarar o meio em que vive. Sobre

o termo “precoce”, a Diretrize Educacional em Estimulação Precoce aponta

que:

[...] o termo“precoce”denota a natureza preventiva que é o objetivo fundamental

desse programa. [...] Quanto mais tarde a criança iniciar o plano de normalização,

mais atrasado estará o seu desenvolvimento motor, juntamente com a perda na

área sensorial, refletindo na perda da noção espacial, esquema corporal, percepção,

que poderá contribuir com a falta de atenção ou dificuldades cognitivas.

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O objetivo principal, no caso do autismo, é o desenvolvimento

das habilidades comunicativas, ou seja, o aumento das habilidades de

comunicação e sociais para a criança ter a independência de perceber

como iniciar as interações, uma barreira difícil de ser quebrada por quem

é portador dessa síndrome, tornando o mundo menos hostil às suas

dificuldades, pois vai estar mais adaptado às necessidades de todos os

seres humanos na convivência com os seus semelhantes.

Aplasticidadeneural,acapacidadedeocérebroseadaptaraosestímulos

recebidos é muito maior na primeira infância, ou seja, quanto mais cedo,

mais efetivo e consistente será o resultado desse trabalho. E o autismo não

foge à regra. Uma mente que foge ao padrão estabelecido para a maioria,

para trilhar umcaminho à suamaneira, ter a sua própria e particular visão de

mundo, que um universo à parte do resto da humanidade pode contribuir

de forma efetiva para os demais, desde que lhes sejam dadas as condições

para o pleno desenvolvimento das suas capacidades. São outros tons para

o espectro de cores do mundo. Como diz Temple Grandin, autista e PhD em

ciência animal, são essas diferenças que ajudam o homem a avançar com

passos mais firmes em sua evolução. É a variabilidade que impulsiona o ser

humano rumo à descoberta de si mesmo.

Mas, para que isso ocorra sem tantos tropeços, é preciso que se perceba

que algo não vai conforme os nossos desejos, mas de uma maneira à parte,

o mais cedo possível. As outras pessoas têm naturalmente as ferramentas

para o seu desenvolvimento, dado que o mundo foi feito para a lógica da

sua existência, para o funcionamento delas. O autista, nesse caso, sai em

desvantagem na busca de um aprimoramento do seu potencial. Vive em

um entorno que não foi feito para ele, que não atende aos seus desejos

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BRASIL, op. cit.