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Na Lei, encontram-se princípios de ações democráticas, com um

projeto emancipador e transformador das relações sociais, enfatizando

o trabalho coletivo e interdisciplinar entre diversos saberes. Mais do que

boas intenções, a lei precisa ser vista como um instrumento eficaz, legítimo

e legal para por em prática ações que irão superar os obstáculos e as

limitações historicamente impostas às pessoas com o espectro.

1. DESAFIOS E PERSPECTIVAS

O que significa a publicação da lei? Dentre outros benefícios, o autismo

passou a ser considerado uma deficiência. Destarte, milhares de pessoas

com o transtorno terão direito ao atendimento especializado, ao trabalho e

à educação. Porém, reconhecer o valor desse triunfo não nos desobriga do

reconhecimento da realidade cotidiana em nosso país.

Oautismoabarcaníveisde comprometimentosmuitodistintos. Por essa

razão, há indivíduos com totais condições de empregabilidade. Todavia, em

muitos casos, o preconceito ainda prevalece, porque há empregadores que

não conhecem a Lei; há aqueles que a conhecem, mas agem como se ela

não existisse; outros há em que o emprego para uma pessoa com autismo

ou com outra deficiência significa menor produtividade.

Apesar dos inegáveis benefícios da Lei 12764/12 para todas as pessoas

com o espectro, vemos que as crianças e adolescentes que estão em

idade escolar podem ser os maiores beneficiados, já que a Lei reafirma a

atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno,

objetivando o diagnóstico precoce, coadunando-se com a democratização

e universalização do ensino. Nesse propósito, a formação do professor é

comtemplada, ratificando o valor da escolaridade do autista.

O incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados,

bemcomo o apoio a pais e responsáveis confirmamo imperativoda parceria

entre família e escola, fundamental na educação de todo aprendente com

necessidades educacionais especiais.

No campo educacional, sem dúvidas, é possível ver com maior clareza

os avanços das políticas inclusivas no Brasil: dados do Instituto Nacional

de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep – mostram que

entre 1998 e 2010 houve um aumento do número de alunos da educação

especial matriculados em escolas comuns de 1.000%. Em 1998, dos 337,3