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desenvolvimento da comunicação e não apenas o ensino de palavras fora
do contexto da intenção comunicativa.
A criança com autismo necessita aprender, desde o inicio, o conceito
de que a comunicação, por meio de qualquer canal, significa poder. O foco
da intervenção não deve estar na articulação, mas no uso da linguagem no
contexto das atividades cotidianas e das brincadeiras.
III.3 ESTEREOTIPIAS E COMPORTAMENTOS REPETITIVOS
As estereotipias são movimentos rítmicos, padronizados, repetitivos,
despropositados e involuntários. Um esquema possível esta contido
na Escala dos Comportamentos Repetitivos (Repetitive Behavior Scale)
(BODFISH et al.,2000), nessas características incluem estereotipias, autos-
agressões, compulsões, rituais, uniformidades e restrição. Além disso,
indivíduos com autismo podem apresentar outros movimentos repetitivos,
como tiques e acatisia (BODFISH et al., 2000).
As estereotipias são rítmicas e continuas, e tendem a mudar pouco ao
longo do tempo. Os tiques, por sua vez, são arrítmicos e discretos, tendem
a mudar de local e de tipo com o tempo e aumentam e diminuem em
frequência e gravidade, já a acatisia é uma sensação interna de inquietude,
que leva a movimentos repetitivos como marcar o passo.
Ao buscar o tratamento de comportamentos repetitivos a primeira
pergunta deve ser: é preciso tratar? Quando os comportamentos não
causamdesconfortos nem lesões e ou prejuízos sócias, talvez seja preferível
não trata-los, no entanto, se geram dificuldades, então é indicado o
tratamento e muita das vezes o tratamento é farmacológico.
III.4 ALTERAÇÕES DO SONO E AUTISMO.
O sono inadequado afeta o funcionamento comportamental e a saúde
diurna emuma série de condições neurológicas e psiquiátricas. Transtornos
do sono levam a uma multiplicidade de efeitos comportamentais, que
atingem tanto o individuo quanto a família. (CHRISTODULU; DURAND,
2004) A sonolência diurna, resultante de transtornos do sono com
frequência manifesta-se em crianças com desenvolvimento típico na
forma de hiperatividade, desatenção e agressão (OWENS et al., 1998).
Os Autistas podem ter, inclusive, maior risco de Transtornos do sono,