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11

Institucional CNEC

ANO 03 – Nº 03 – OUTUBRO DE 2014

65º Aniversário da CNEC

no Estado do Rio de Janeiro

06 de junho de 1949...

L

embrando o 65º aniversário da

Campanha Nacional de Escolas

da Comunidade no Estado do Rio de

Janeiro, sirvo-me do texto de uma das

páginas do livro “História da CNEC –

Vol. I”, escrito em 1962, pelo fundador

da instituição, o inesquecível Dr. Felipe

Tiago Gomes.

Esta edição foi produzida pelo esforço

de um grupo de ex-alunos da então

Campanha Nacional de Educandários

Gratuitos, hoje Campanha Nacional

de Escolas da Comunidade.

Autor:

Felipe

Tiago

Gomes,

assessorado por Wilson Cardoso;

Revisor: Edvaldo Correia de Siqueira

Datilógrafo: Napoleão Leal de Araujo

Mecanografia: Antônio Joaquim

Coelho da Cunha.

“...A coisa para mim, nos lados de

Niterói, melhorava; conhecera a Profª.

Albertina Fortuna, latinista do Colégio

Pedro II. Era uma criatura admirável!

Sem protocolos, boa dona de casa,

pertencia ao time dos “doidos”, isto é,

dos idealistas. No primeiro encontro,

à saída do “Pedro II, perguntou-me à

queima roupa:

Você trabalha em quê? Fiquei sem

jeito para responder-lhe. Contei a

história do emprego que falhara e do

meu programa de lutas. Prontificou-

se a ajudar-me. Passei a jantar em sua

casa, o que representava, para mim,

uma grande colaboração. Era uma

maneira de alimentar-me melhor e de

fugir à presença do dono da pensão.

O Prof. Herbert F. Pinto não podia

realmente dirigir o Ginásio.

A Profª Albertina assumiu a direção do

estabelecimento ciente das limitações

financeiras que este apresentava.

A realização dos exames de admissão

do Ginásio Felisberto de Carvalho foi

uma tragicomédia: não havia sequer

papel para imprimir as provas. Alguém

conseguiu uma doação com o Prof.

Lealdino Alcântara, Diretor do Colégio

Brasil, para que tal processo pudesse

ser realizado. Fui buscá-las. Desci em

Niterói sem dinheiro. Como pagar o

ônibus? Raciocinei: lá dentro, resolverei

o problema. Entrei. Olhei para o rosto

dos passageiros e escolhi um para

sentar-me ao seu lado. Era um homem

de boa aparência. Tinha o ar de gente

boa. Puxei conversa. Falei para ele dos

obstáculos que eu, um moço pobre,

enfrentava para estudar. Contei um

pouco da minha luta. Comovi-o.

Quando o homem já estava preparado

psicologicamente para fazer algo pela

causa, pedi-lhe que pagasse a minha

passagem, caso pudesse. Quando ele

aparecesse pelo Flamengo, na Rua

Paissandu, 32 (garagem), devolveria

a ele o dinheiro. A passagem custava

Cr$ 1,00 (um cruzeiro). Pagou minha

ida e minha volta. Cheguei feliz ao

Grupo Escolar Raul Vidal com o papel

das provas. Depois de uns dois meses,

mudamosdefinitivamenteparaoGrupo

Escolar Benjamin Constant, onde, até

hoje, funciona o Ginásio Felisberto de

Carvalho.

“E assim, no dia 6 de junho de 1949,

era dada, no Grupo Escolar Raul

Vidal, pelas Professoras acadêmicas

Cléa da Silva e Nilza Corrêa Bastos, a

aula inaugural do Ginásio Felisberto

de Carvalho, mesmo contra vontade

do poderoso Diretor do Colégio da

Capital Fluminense.”

Att

Antonio J. C. da Cunha

Associado da CNEC/RJ

Superintendência de Marketing – Brasília/DF