101
discussão e cotejo dos vários entendimentos possíveis sobre uma
mesma informação?
Tenho a pretensão de dizer que falamos de uma CNEC inscrita
neste último campo do processo educacional. Mais, acalento a
intenção de expor isso em palavras que haverão de relatar fatos
vividos por esta comunidade educacional, nos seus anos mais
recentes. Vivências estas que me autorizam a dizer que nesta casa
se faz educação de forma maiúscula, ampla, solidária e autônoma.
Se entendermos uma instituição de ensino como um cenário
repleto de ações e reações, também é justo admitirmos, nisto, a
necessária presença de protagonistas. Aqui, pois, a importância
da comunidade acadêmica cenecista no contexto da história desta
instituição: seu protagonismo!
Já lemos e ouvimos do sempre educador Paulo Freire (1996)
que “ninguém é sujeito da autonomia de ninguém”, buscando com
isto dar contornos à ideia de que “
uma pedagogia da autonomia
tem de estar centrada em experiências estimuladoras da decisão
e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da
liberdade
.”. Ao associarmos a visão de um sujeito autônomo com o
necessário protagonismo das suas ações, temos então a silhueta
de um ser que busca crescer pelas experiências que vive e pelos
passos que dá.
No processo educacional, estimular esse tipo de visão e
postura no educando signifca também criar ferramentais que
possibilitem o exercício dessa autonomia e desse protagonismo.
E isso, então, nos remete a gratas lembranças de um passado
recente, ainda vivo em nossas memórias. Remembranças como
as que nos deixou, por exemplo, o Projeto Digitando nos Bairros.
Este, proposto para viabilizar as experienciações dos estagiários
da disciplina de Prática de Ensino em Computação III - Estágio
Supervisionado (espaço não escolar), junto às comunidades dos
bairros da cidade de Osório. Uma iniciativa feita a quatro mãos, por
meio de uma parceria com os Conselhos Comunitários e Secretaria
Municipal de Educação. Foi editado ao longo de dois semestres,
entre os anos de 2008 e 2009, na cidade de Osório, utilizando
os espaços tecnológicos da Vila Olímpica e Escola Municipal de
Ensino Fundamental Osmany Martins Véras, atendendo na época
127 comunitários, por meio de 16 acadêmicos.