Page 27 - Livro 50 anos CNEC Osorio

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Quando escrevi este texto ia lembrando, também, de algumas
pérolas vividas com os alunos da História nesses últimos anos de
convívio acadêmico, barêmico, gastronômico: estágios, angústia,
aprendizagem de si. Relatórios, dúvidas, satisfação. Provas,
estudo, desafo. Debates, irritação, pedidos de desculpas. Viagens,
expectativas, aprendizagens. Mostras de Arqueologia, simpósio,
ofcinas... Muita preparação, reclamação, realização, vibração. Há
quem diga que isso não rende boas histórias, e talvez não renda
mesmo, mas podem ter certeza, produz conhecimentos. Durante
o tempo que estiveram na FACOS, consolidaram amizades,
conheceram os labirintos da História, transformaram ideias em
ações, viajaram para outros lugares e outros tempos, alguns
provaram o gosto da pesquisa histórica, outros do ensino de História
e todos marcaram a História desta instituição.
Tenho plena convicção de que os professores que estão
e estiveram no curso buscaram formar professores de História
refexivos. Quem foi aluno da FACOS sabe que passou boa parte do
tempo ouvido: vocês precisam fazer diferença nas escolas do Litoral.
Pedíamos que desconfassem de verdades: os inconfdentes não
sonhavam com independência do Brasil e os gladiadores romanos
não eram tão robustos e violentos como os flmes costumam retratar.
Dizíamos a eles que o ensino de História não podia se limitar à
leitura de textos de livros didáticos, à realização de resumos dos
mesmos livros ou questionários sobre um passado, apresentados
que são numa diferença absoluta em relação ao presente vivido.
Paulo Freire anunciava a impossibilidade de pensarmos
o ontem ou o amanhã, sem que estivéssemos imersos no hoje,
molhados do tempo que vivemos, tocados por seus desafos,
instigados por seus problemas, tomados de justa raiva em face
das injustiças e alentados por testemunhos de amorosidade à
vida, que fortalece em nós a necessária esperança. Era assim que
imaginávamos nossos futuros professores de História formados na
FACOS.
A referência a Paulo Freire evoca a memória de duas
professoras que foram minhas professoras e depois, trabalhamos
juntas no curso: a Dália e a Zaida, que foram presenças marcantes
no curso, grandes educadoras comprometidas com o Litoral.
Lembro das reuniões de curso em que a Dália queria registrar na
Ata os mínimos detalhes das discussões e ainda se solidarizar