Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  54 / 82 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 54 / 82 Next Page
Page Background

54

• ANO 04 • nº 01 • MARÇO de 2015

UmOásisem

minhavida

José da Silva Ramos – Timbaúba/PE

Colégio Cenecista Rodolfo Ferreira Lima – Timbaúba/PE

Na seção Histórias de Vida desta edição, o veterano cenecista José Ramos apresenta

sua trajetória marcada por dedicação, voluntariado e pela atuação em diversos cargos:

professor, instrutor de banda, treinador esportivo, diretor e vice-diretor, inteirando 54

anos de uma cativante história. Vale a pena conferir!

Histórias de Vida

N

asci no dia 1º de abril de 1947, na

cidade de Itabaiana/PB, e sou ra-

dicado em Timbaúba/PE, desde 1948.

Cursei Licenciatura curta em Ciências,

com habilitação em Matemática, na

Faculdade de Formação de Professo-

res de Nazaré da Mata, pertencente à

Universidade de Pernambuco (UPE).

No final dos anos 50, namaioria das ci-

dades do interior, aqui no Nordeste, só

havia escola pública com graduação

“Primária”, hoje Ensino Fundamental

I, por conseguinte, os estudantes po-

bres, como eu, não vislumbravam uma

chance de cursar o “Ginasial”, atual

Ensino Fundamental II, e muito me-

nos o Segundo Grau, ou Ensino Médio

(Científico, Clássico e Pedagógico).

Aqui em Timbaúba, quando os alunos

pobres concluíamo Primário, procura-

vamalgumpolítico a fimde “mendigar”

uma bolsa de estudos para as escolas

particulares; quando não eram atendi-

dos, encerravam ali mesmo a carreira

estudantil e dedicavam suas vidas ao

trabalho pesado. As perspectivas eram

pouquíssimas.

Eu vivia na obscuridade, como sim-

ples menino, ajudante de sapateiro, o

chamado “lambe sola”. Nas folgas, car-

regava cesto na feira, angariando um

trocado para não perder o “seriado” do

cinema, e ajudava meu pai na oficina

de selas para cavalos.

Com o advento do fenômeno cene-

cista, os horizontes foram se abrindo. A

gigantesca inibição pouco a pouco foi

sumindo, por meio das participações

em gincanas artístico-culturais, grê-

mios literários, jogos “ginásios-cole-

giais”, Olimpíadas Cenecistas Internas

e, principalmente, a vivência na Banda

Marcial do Colégio, espelho e orgulho

nosso, de grandes apresentações em

Pernambuco e Estados vizinhos, an-

siosamente aguardada nas datas cívi-

cas e religiosas, efusivamente aplaudi-

da por todos. Sem restrição alguma, é

a minha grande paixão – são 53 anos

de regência e, ainda assim, a emoção

me invade a cada tocata.

Oostracismo foi ficandode lado e com

ele o medo; agora eu e meus irmãos

cenecistas tínhamos a nossa identida-

de, e o mais novo “bebê” de Dr. Felipe

já incomodava, pela conduta moral e

qualidade de ensino, ganhando com

isso ferrenhos adversários; também

pudera, vencíamos tudo!!!

Comecei a lecionar Matemática, de

forma particular, quando fazia o pri-

meiro ano Científico, sem remune-

ração, é claro, só pra ajudar alguns

colegas. A notícia foi correndo, fui

atendendo alunos não só do Cene-

cista, de repente, estava substituindo

Ocenecista José Ramos no início

de sua carreira