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Língua Portuguesa
Gêneros e o cotidiano jornalístico
4. G
ÊNEROS
E
O
COTIDIANO
JORNALÍSTICO
esde os tempos mais remotos, o homem preocupa-se com a informação. Na
Roma antiga, em 59 a.C., o imperador César fundou o Acta Diurna a fim
de noticiar resultados de jogos, regras, matérias de interesse da igreja
católica e atividades policiais. Grandes placas brancas eram expostas em
locais públicos e bastante populares para manter a população informada. No
século VIII, surgiram, em Pequim, boletins informativos manuscritos. Do
século IX até o XII, aproximadamente, os trovadores, além de comporem suas
cantigas, tinham também a função de noticiar, de relatar o que acontecia.
O advento do jornal moderno, aquele que conhecemos hoje, só foi
possível, no entanto, com a invenção da prensa por Johann Gutenberg, por
volta de 1447. A máquina de Gutenberg possibilitou o livre intercâmbio de
ideias e a disseminação do conhecimento, tão necessário no momento de sua
invenção, o Renascimento europeu. Assim, boletins passaram a ser impressos
e levarem a um número maior de pessoas as notícias sobre o mercado. E, na
primeira metade do século XVII, os jornais começaram a surgir em muitos
países da Europa Ocidental, como publicações periódicas e frequentes.
Naquela época, as publicações eram bem diferentes daquelas a que
temos acesso hoje. Os jornais privilegiavam derrotas militares, escândalos
da família real de outros países: o jornal francês, por exemplo, ocupava-se
em relatar o que ocorria na Inglaterra, principalmente, fatos negativos.
Raramente, encontravam-se, nesses periódicos, notícias locais.
O conteúdo veiculado por esse meio de comunicação só começou a mudar,
a aproximar-se daquele que temos hoje, a partir da segunda metade do século
XVII. Nesse momento, não havia liberdade de imprensa. Também, os fatos
noticiados eram recentes, mas não como hoje; a transmissão rápida da
informação foi possível apenas com a invenção do telégrafo.
No início do século XIX, os jornais tornaram-se o principal meio de
comunicação, e gigantescos impérios editoriais foram criados, como os de
William Randolph Hearst, de Joseph Pulitzer, e o de Lorde Northcliffe.
Com a explosão do rádio, por volta de 1920, os jornais sentiram-se
ameaçados e, por esse motivo, inovações foram propostas: novos formatos,
conteúdo mais atraente, maior volume, cobertura mais detalhada. A
revolução tecnológica, a internet, também gerou desafios para a mídia
jornalística. O volume de informações que circula na rede e a rapidez com
que podem circular mudaram um pouco o papel do jornal impresso. Apesar de
ele continuar sendo um grande veículo de informação, muitas vezes, o que
se compra hoje é uma cobertura mais completa e ampla, ou, ainda, artigos
específicos de renomados jornalistas ou sociólogos políticos, economistas,
educadores, entre outros.
Os jornais, hoje, na maioria das vezes, contêm cadernos ou partes
específicas, como editorial, artigos de opinião, notícias ou reportagens
referentes ao mundo e ao local em que circulam, obituário, esportes,
passatempos (quadrinhos, cruzadinhas, piadas), programação de tevê,
cinemas e recomendações de leitura ou de teatro, crítica literária,
especial para crianças, para adolescentes, entre outros. Esses diversos
cadernos circulam no dia a dia, ou em um dia apenas da semana, sendo
diferenciados na organização do conteúdo e mesmo no título do caderno de
jornal para jornal.
Na primeira unidade deste volume, trabalharemos notícias, reportagens
e outros gêneros presentes no cotidiano jornalístico.
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