91
Uma situação sempre nos trazia uma certa apreensão quando
iniciavam as competições: a tabela de jogos. Assim como eu, outros
meninos também praticavam vôlei e futsal, e isso poderia trazer
problemas às equipes caso os jogos coincidissem. Isso aconteceu
algumas vezes e a escolha nunca foi fácil.
Com as disputas dos Jogos Estaduais Cenecistas, pude visitar
diversas cidades no estado: Butiá, Nova Petrópolis, Gravataí, Santo
Ângelo, Torres, TrêsCachoeiras, Gramado, Lajeado e outras. Destes
lugares, sempre voltávamos com medalhas e troféus. Lembro que
fomos campeões, na categoria infantil, na cidade de Butiá, com o
futsal. E também, campeões juvenis (não lembro bem a categoria)
em Santo Ângelo. Aliás, este título nos deu direito à disputa dos
Jogos Nacionais Cenecistas, em Fortaleza-CE, representando a
CNEC/RS.
Essa viagem a Fortaleza merece um capítulo à parte. Como
a escola não se responsabilizava pelas nossas despesas, tivemos
que arcar com as mesmas. Lembro bem que o professor Evaldo
fez um esforço descomunal para realizarmos esta viagem, pagando
muita coisa com o seu próprio dinheiro. Para reduzir os custos,
optamos pela viagem de ônibus. Foram três dias e três noites
na estrada, em um ônibus adaptado. Como éramos cerca de 15
pessoas, com atletas, comissão técnica e dois acompanhantes, as
poltronas do fundo do ônibus foram retiradas para que pudéssemos
adaptar um dormitório. Neste espaço, instalamos colchões, para
que dormíssemos com maior conforto. Chegando para a disputa,
fzemos mais sucesso com as meninas da cidade do que na quadra.
Foram apenas dois jogos: um empate em 5 x 5 com Espírito Santo
e uma derrota de 21 x 2 para os donos da casa. Foi a maior derrota
já vista pelo nosso time. Com estes resultados, acabamos sendo
desclassifcados. Mesmo assim, depois de ter enfrentado todas as
difculdades para chegar, aproveitamos um pouco das belezas de
Fortaleza.
Com o vôlei, também conquistamos muitos títulos, sempre
sob a batuta de Gilmar. Com essa turma, vencemos muitas
competições e nos divertimos muito também.
Com 10 anos de Marquês, muita coisa me fugiu da memória.
Mas as amizades feitas durante os treinamentos e competições
estão frmes e fortes. Alguns estão mais distantes, outros mais
perto. Mas o elo que formamos no passado ainda está mantido.