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CNEC - É verdade que o pessoal ia namorar na Praça?
Hummm!!! O local do “fting” era a praça da igreja, claro
que os desenhos da praça modifcaram-se muito, primeiro com o
Mantovani, e o último a fazer modifcações foi o Alceu, mas antes
tinha uma tela ao redor da praça e por fora, árvores maiores, era
normal depois da missa fcarem rodando na praça, os meninos e
as meninas, que já tratavam a reunião dançante no Comercial. Os
namoros aconteciam na praça, no Clube e no cinema, hoje não sei
onde namoram mais.
CNEC - Como eram os velórios antigamente?
Como não tinha capelamortuária na cidade, o velório acontecia
na casa do fnado. Eu tenho um caso engraçado para enriquecer a
história. Aqui em Osório, um funcionário da fazenda estadual não
tinha parentes em Osório e morreu no hospital. Quando ele estava
hospitalizado, eu também estava, fomos companheiros de quarto.
Eu saí, ele fcou e terminou morrendo lá. Então me ligou o dono
do restaurante onde ele estava hospedado me dizendo: “o fulano
morreu, e agora?” “Traz aqui para casa e fazemos o velório dele
aqui.” Meu pai, minha sogra, meu sogro, todos foram velados em
minha casa. Era normal isso. De madrugada era servido um café
reforçado com pão, linguiça, paçoca; o café fazia parte do velório,
de acordo com as posses do dono da casa.
CNEC - Já que estamos falando em velório, havia um costume
aqui na região, que era a Coberta D’alma. Fale um pouco sobre
este costume.
Isso, até quero corrigir essa história. É um ato que acontece
no trigésimo dia do falecimento. Nesse dia chamavam uma pessoa
da amizade do defunto e davam uma muda de roupa completa,
para se vestir dos pés à cabeça. Serviam também uma refeição
completa com tudo aquilo que o falecido gostava. Não tinha nada a
ver com velório ou enterro. Inclusive Paixão Cortes tem livro sobre
isso aí.
CNEC - Professor, uma mensagem aos Cenecistas de hoje,
para encerrar?
Não tenho que inventar nada, o nosso lema de formatura ainda
é atual, por isso vou repeti-lo aos Cenecistas atuais para segui-lo:
“Precisamos viver um pouco para os outros, a fm de sermos úteis
a nós mesmos”.