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CNEC - Quais asmudanças no ensinodeOsório, dos primórdios
até hoje?
A evolução foi muito grande. Eu tenho um documento
histórico, de 1908, um relatório da Prefeitura, sobre a administração
do intendente da época, que diz assim: A escola da dona Fulana
está funcionando, dando ensino para nossas crianças. Tenho o
documento original. O Ensino em Osório sempre cresceu muito,
nós tivemos uma época em que tínhamos a escola industrial, fui
contratado para dar aula lá em1962, que depois fechou.Aquela ideia
que tinha o Brizola, do ensino profssionalizante, quando acabou a
época do Brizola, eles fecharam todas as escolas abertas por ele.
Fecharam a escola de Torres, a de Osório, a de Santo Antonio, e
até queriam fechar a Liberato Salzano, de Novo Hamburgo. Então
juntaram a política com o ensino, o que não poderia ter sido feito.
Esse homem deixou um rastro bem feito no estado. Ele foi o maior
educador do Rio Grande do Sul. Nesse período, Osório cresceu
muito em termos de ensino.
CNEC - O que funcionava na área ocupada pela Escola
Industrial?
Ali era o DEPREC, um serviço do estado, para transporte
de pessoas e mercadorias, ali tinha as ofcinas de manutenção
desse serviço. As pessoas e as mercadorias circulavam entre Porto
Alegre, Palmares, Osório, Tramandai, Capão da Canoa, Torres e
Três Forquilhas.
CNEC - Esse serviço trazia pessoas para o comércio local.
Como isso acontecia?
O comércio de Osório girava em torno do que vinha de lá
de cima pelos barcos, como vinho, cachaça, entre outros produtos
que eram vendidos aqui na cidade. Cornélius era centro de região,
porém, com a abertura da BR 101, tudo mudou para Terra de Areia.
CNEC - Sua família era proprietária de Farmácia. Havia tantas
como atualmente?
Tinha duas farmácias, a nossa Farmácia Caridade, e a
Farmácia Nacional do Filastro Brum, gerente do Banrisul. Meu
pai morreu em 1943, eu tinha nove anos, e minha mãe continuou
o negócio de farmácia, mas antes tinha outra farmácia, a São