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tinham um metro e vinte de largura. E o padre Pedro quis fazer a
igreja ali. A mesma coisa foi feita com o prédio do Banco do Rio
Grande, hoje aquele outro caixão, na esquina da Júlio de Castilhos
com a Major João Marques, aquilo ali também era um prédio no
estilo neoclássico, muito bonito, vemos algumas fotos por ai, não
sei como demoliram esse prédio. Assim foram demolindo tudo,
inclusive o prédio do Clube Comercial, onde hoje fca a sorveteira
Kibom e galeria do comércio. Foi o sonho de um grupo. A prefeitura
era dona do terreno onde estava a cadeia, entre o Hotel Amaral e a
casa do Dr. Nelson Souza, antigamente era ali o presídio de Osório.
Quando o padre Pedro falou em construir a nova igreja, a prefeitura
ofereceu o terreno do presídio para ser construída outra igreja,
fcaria com o terreno com duas frentes para as ruas, assim como
é hoje a galeria Real. Como não foi não saiu a igreja, tentaram
o Clube Comercial. Então a diretoria da época fez o projeto para
construir no terreno da cadeia. A nossa cidade era muito pobre e
faltava muita coisa a ser construída, mesmo assim foi projetada
uma obra faraônica. O prédio que foi projetado, o povo não tinha
dinheiro para construir, as primeiras ações foram vendidas, depois
acabou o dinheiro, e a obra parou, sem o telhado. Já estava em
situação de demolição, mas foi vendida para os Ferrari, que depois
venderam para o atual proprietário, que concluiu a obra. Então esta
é a história daquele terreno ali.
CNEC - Qual outra construção antiga que desapareceu em
nome do progresso, da qual o senhor gostaria de falar?
São muitas, mas recentemente a esquina ali da Casa Brasil,
esquina da Getúlio com a Major João Marques, aquele prédio
bonito ali, mas a história daquela casa era mais bonita do que o
prédio de hoje. Poderia ser conservado através dos anos o estilo
açoriano, que predominava na arquitetura de Osório nessa época.
Santo Antônio nos ganhou de luz, na conservação de seus prédios
históricos, não dá nem para comparar. Tem ainda. em Osório, mais
um prédio que conserva seu estilo original, na Costa Gama, bem no
início, foi um prédio comercial, de propriedade hoje dos familiares
de José Vieira de Sousa. Aquele prédio deve ser tombado. Tenho
ouvido falar que vão tombar a casa dos Bastos, não sei se ela ainda
conserva sua arquitetura original. Então foram desmanchados,
desmanchando, é assim que vai acontecendo com as coisas de
Osório. No morro estão construindo, e a lei?